A prefeitura de Ouro Preto repassou, no dia 14 de dezembro de 2015, mais uma parcela da contrapartida financeira acordada junto à Agência de Desenvolvimento Econômico e Social de Ouro Preto (ADOP) e ao Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para as obras de restauro e modernização da antiga Santa Casa de Misericórdia do município, que dará espaço ao Paço da Misericórdia – Centro de Artes e Fazeres de Ouro Preto. Com o repasse dessa parcela, de R$600 mil, a obra ganha novo fôlego. A terceira e última fase dos trabalhos, que tem previsão de 12 meses de duração, aguardava esse aporte financeiro da prefeitura para ser iniciada. O pagamento só foi possível graças a uma articulação entre a ADOP, a prefeitura, e a Câmara Municipal, que aprovou, em reunião extraordinária, o projeto de lei que possibilitou o pagamento, que estava em atraso desde 2014.
A prefeitura também se comprometeu a pagar a última parcela do projeto até o dia 30 de dezembro de 2015, totalizando o pagamento dos R$2,3 milhões, como contrapartida para que o BNDES também libere o restante do repasse financeiro que levará à finalização das obras. Ao todo o investimento do projeto é de cerca de R$12 milhões. Para o gestor de projetos da ADOP, Vandeir Assis, esse pagamento cumpre o cronograma que pretende entregar o prédio para a população de Ouro Preto ainda em 2016. “Nós confiamos que o município irá realizar o pagamento da última parcela até o dia 30, para que possamos também receber o restante do BNDES e, assim, entregar o espaço totalmente restaurado para fomentar o turismo, a cultura e economia locais. Trata-se de um espaço que vai dar grandes oportunidades para a cidade. Serão gerados cerca de 300 empregos”, completou.
Quem também se mostrou otimista com o pagamento da contrapartida foi o coordenador do Comitê de Parceiros da ADOP, Gabriel Tropia. Para ele, a finalização da obra e entrega do espaço restaurado e modernizado irá servir de grande valia para este novo momento que a cidade vive: o fomento do turismo frente à crise do minério. “ O aporte à obra, que, mesmo com o atraso nos repasses da prefeitura, nunca parou, vai nos dar um fôlego a mais. A partir de agora, mais de 60 trabalhadores irão se juntar ao nosso corpo de trabalho para a finalização do restauro e modernização do Paço”, afirmou o coordenador.
O prefeito de Ouro Preto, José Leandro, reconheceu, durante a visita às obras, que a questão fundamental para a finalização do projeto era o pagamento da parcela. “Depois de restaurado, e ainda na entrada da cidade, o Centro de Artes e Fazeres vai causar uma ótima impressão aos moradores e visitantes. O prédio em si irá justificar por que Ouro Preto é uma referencia tão grande como Patrimônio Cultural da Humanidade”, afirmou.
O que vem pela frente
Com o pagamento das parcelas, as obras de restauro e modernização do Paço da Misericórdia voltam ao ritmo acelerado. A terceira fase, que deve durar cerca de 1 ano, é de acabamento. Nela serão restaurados os forros, pisos e todas as instalações de água, luz, para-raios, incêndio, e as instalações de banheiros especiais universais e de cozinha da praça de alimentação. As partes externas, como estacionamento e paisagismo, também estão previstas, além da restauração da fachada. “Para nós, a notícia do pagamento das parcelas é muito boa, por dar um fôlego para toda a equipe. Nós desejamos muito que a obra termine logo, para que a casa seja usada no lazer dos turistas e também moradores. O Paço da Misericórdia – Centro de Artes e Fazeres de Ouro Preto vai ser um sucesso quando for entregue”, comentou Deise Lustosa, arquiteta responsável da Hexágono Engenharia.
Sobre o projeto
O projeto do Paço da Misericórdia - Centro de Artes e Fazeres de Ouro Preto foi idealizado em 2005. Em abril de 2008, a ADOP foi convidada e pleitear a elaboração, captação e coordenação das obras de reforma e modernização das antigas instalações da Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto. A primeira etapa, conhecida como “emergencial”, executada entre 2007 e 2009, foi um momento de recuperação estrutural para que o prédio não ruísse. A segunda etapa do projeto iniciou-se em 2012, após a aprovação dos projetos e captação de recursos junto ao BNDES. De lá para cá, as obras não cessaram. A previsão é de que o espaço seja entregue em 12 meses. Se tudo ocorrer como o planejado, a equipe estima que em 2016 a cidade irá ganhar não só um belíssimo acervo patrimonial restaurado, mas também um equipamento turístico para a exposição e a promoção da arte mineira, desde a matéria-prima até a obra de arte.