A Agência de Desenvolvimento Econômico e Social de Ouro Preto (ADOP) realizou, na última sexta-feira, 6 de fevereiro, uma reunião para reforçar entre as partes envolvidas a situação das obras que estão sendo realizadas no prédio da Antiga Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto. O encontro contou com a presença de representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), da Hexágono Engenharia e da Secretaria Municipal Turismo, Indústria e Comércio de Ouro Preto. Por ocasião da prestação de contas parcial, foi discutida a evolução e perspectiva das obras do ponto de vista técnico e institucional, além da realização de uma visita de todos os envolvidos ao canteiro de obras que dará espaço ao Paço da Misericórdia - Centro de Artes e Fazeres de Ouro Preto, projeto que conta com a coordenação e gerenciamento da ADOP.
No encontro também esteve em pauta à questão do pagamento de uma contrapartida financeira por parte da Prefeitura de Ouro Preto. A liberação desse recurso é uma das exigências contratuais para que o BNDES proceda com a terceira, de cinco parcelas acordadas para o financiamento do projeto. Para o representante do Departamento de Cultura, Entretenimento e Turismo do BNDES, Marcelo Goldeinstein, “existem ainda questões a serem vencidas para que a obra possa avançar a contento, principalmente com relação à contrapartida financeira [por parte da prefeitura], que precisa ser aportada”.
O secretário de Turismo, Indústria e Comércio de Ouro Preto, Felipe Guerra, salienta a importância que a restauração do espaço tem para o turismo de Ouro Preto e afirma que o município irá trabalhar com um conselho paritário para fiscalizar e administrar esse novo instrumento turístico. “O município, em parceria com a ADOP e o BNDES aporta financeiramente o Paço da Misericórdia. Nós temos uma contrapartida de cerca de 30% do valor total da obra. Então [por meio de um conselho paritário], nós traremos para dentro do Paço toda a cidade com o poder público para inteirar melhor a comunidade de um bem tão importante, tanto turística, quanto arquitetonicamente como será o Paço da Misericórdia”, afirma.
Outro passo importante a ser dado é a adequação dos projetos que está sob a avaliação do IPHAN e do Ministério da Cultura (MinC), para que a terceira e definitiva fase da obra possa ser iniciada. Para Goldeinstein, por meio desse encontro, foi possível também dialogar melhor com a equipe envolvida. “Mais importante ainda do que a visita [no canteiro de obras] é negociar com todos os partícipes, poder falar cara a cara com os representantes da Prefeitura, do IPHAN, e também da ADOP”.
Para o gestor do Núcleo de Projetos da ADOP, Vandeir Assis, a oportunidade de reunir todos os envolvidos, além da prestação de contas, marca também a repactuação em prol do avanço do Paço da Misericórdia. “É um momento de constatar a evolução no canteiro de obras. Muitas pessoas que passam frente à ela diariamente, por exemplo, não conseguem perceber que, embora em ritmo lento, as obras seguem seu curso, principalmente no que tange à sua fase de estruturação e o restauro na parte interna do prédio. Essa é uma oportunidade que tivemos, junto com a equipe, de constatar a real evolução do projeto”, completa.
Em clima de otimismo, a equipe técnica demonstrou satisfação com o andamento das obras. Na segunda etapa, de 2012 a 2014, foram realizados os trabalhos de reestruturação da edificação, como a consolidação das paredes e demais estruturas. Para a terceira fase, está planejada a implantação de instalações elétricas, construções dos banheiros e de todo o trabalho externo de consolidação dos pátios, bem como o tratamento deles.
Segundo o chefe do Escritório técnico do IPHAN de Ouro Preto, André Macieira, tudo é realizado de modo a garantir que a obra se finalize da melhor forma possível. “Esse acompanhamento [feito pelo IPHAN] é sempre muito próximo, e a gente pretende que ele continue sendo assim até mesmo para acompanhar a evolução da obra e garantir que ela seja executada de forma adequada”, enfatiza Macieira.
O projeto
O projeto do Paço da Misericórida - Centro de Artes e Fazeres de Ouro Preto foi idealizado em 2005. Em abril de 2008, a ADOP foi convidada e pleitear a elaboração, captação e coordenação das obras de reforma e modernização das antigas instalações da Santa Casa. A primeira etapa, conhecida como “etapa emergencial”, executada entre 2007 e 2009, foi um momento de recuperação estrutural para que o prédio não ruísse. A segunda etapa do projeto iniciou-se em 2012, após a aprovação dos projetos e captação de recursos junto ao BNDES. De lá para cá as obras não cessaram. A previsão para que o espaço seja entregue é de 12 meses, isso a partir da liberação da contrapartida financeira da prefeitura e, consequentemente, a liberação também do valor por parte do BNDES. Se tudo ocorrer como o planejado, a equipe estima que até meados de 2016 a ADOP, em parceria com o município e o BNDES consigam entregar para a cidade não só um belíssimo acervo patrimonial restaurado, mas também um equipamento turístico para a exposição e promoção da arte mineira, desde a matéria-prima até a obra de arte.